Falência é uma palavra com um leque de definições amplíssimo, envolvendo diversas áreas do conhecimento humano tais como medicina, economia, história, filosofia etc. Quero ater-me, no entanto a aplicação religiosa que podemos extrair dessa palavra. Sábios sãos os homens que criam sistemas que funcionam de uma maneira inteligente e precisa, cito aqui o fordismo, linha de produção do fabrico de carros criada pelo grande inventor Henry Ford. O fordismo, todavia já se encontra ultrapassado hoje pelas novas tecnologias. Falência é a quebra de um sistema seja ele econômico, histórico, fisiológico ou mesmo religioso. Toda quebra ou ruptura começa com rachaduras, é fato. Uma pequena fenda ou rachadura transforma-se no ponto enfraquecido de todo o sistema em questão. O que quero trazer à tona aqui nesse artigo é que todo sistema humano é falho, envelhece, caduca e por último, desfacela-se. O irmão Branham, contudo, nos ensinou que Deus possui um sistema:
115 – E se você pode obter pregadores corretos fazendo o certo, observe o que eles farão. Ele influenciará um… Isto tomaria conta de centenas destas coisas. É isto, estamos apenas batendo nisto, vê você? Você tem que obter um sistema, o sistema de Deus.
Deus possui um sistema, ficou claro, ainda mais claro é que Deus não tem dois sistemas, evidente. Deus tem um sistema. Esses dois parágrafos da mensagem Pondo-nos ao lado de Jesus mal interpretados dão margem a toda sorte de confraternizações sociais e distantes de Deus. Irmão Branham usa uma palavra interessante, ministro, reunião de ministros. Aqui no Brasil por tradição denominacional, o pastor exerce quase a função única do quíntuplo de Efésios. Irmão Branham ensina diferente, ele fala de evangelistas, pastores e “seja lá o que você for…”, naturalmente a reunião teria um propósito para discussão de algo relevante, o profeta não fala em domínio territorial, demonstração de poder político nada disso, irmão Branham fala seriamente sobre questões que necessitarão respostas inclusive com Assim diz o Senhor. Ninguém está privado de ter reuniões, mas não como ordem do irmão Branham para justificar essas reuniões, confraternizações ou companheirismos etc. Vê-se que grupos se apóiam nas “interpretações” variadas da mensagem para abrigarem-se em suas ideologias humanas. Falei que o sistema humano por mais inteligente pode perdurar por muito tempo, mas ruirá a qualquer tempo, o de Deus não. A diferença é única, o caminho do homem é um, o Caminho de Deus é outro.
Diferenças
Sistema do homem:
Tem um líder que é reverenciado e que possui a palavra final sobre qualquer assunto, mesmo que a palavra final seja qualquer palavra que será endossada por uma junta que o sustenta, mesmo sem saber muito bem o que tem que endossar, ou seja, crêem cegamente naquele líder.
Sistema de Deus:
O Líder é o Espírito Santo que usará um homem que lhe permita usá-lo que trará uma Palavra da parte de Deus e que necessitará passar pelo filtro da Bíblia e da mensagem do profeta. Não existe junta figurativa ou hierárquica ou de fantasia que se imporá sobre o povo por tal ou tal motivo. O povo mesmo faz o discernimento pela Palavra se é “voz do homem ou Voz de Deus”.
Sistema do homem:
Assusta o povo, atemoriza seguindo os expedientes da inquisição, geralmente tratam seus opositores com pechas de ismo, falsos, ingratos etc. Algo interessante no sistema humano é que uma matéria que se diz oficial não é seguida por muitos quando saem de suas reuniões. Na realidade o pastor, ou qualquer que seja o título que tenha, comparece aos conclaves por comparecer, por medo, mas quando sai, não cumpre o que ali foi tratado.
Sistema de Deus:
“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade.” 2ª Coríntios 3:7. Em meu ponto de vista a rachadura começa aqui, no sistema humano. Só quem prega é “um”. Os outros pregadores amadurecidos onde estão? Só os novatos pregam? É importante fazer uma análise aqui: Deus usa quem Ele quiser, como Ele quiser. Os que por acaso em seus lábios usam Apocalipse 10:7 ou o termo terceira puxada já são suspeitos e ficam sob observação, isso é POLÍTICA por parte dos homens. Os anciãos não pregam, pois não entendem, os noviços pregam, pois vivem sob o efeito da fascinação e temem contrariar a liderança, logo não há liberdade do Espírito.
Certo leitor que nos lê, sempre repete um chavão interessante que tomarei para uso nesse ponto: “As palavras convencem, os exemplos arrastam”. Muito bem, por inferência a toda a Mensagem do profeta, constatamos três condições inexoráveis para Deus estar em uma reunião:
1ª-Ordem na Igreja
2ª- Música ordenada e sacra
3ª- Liberdade para o Espírito Santo falar.
Deus não impõe, Deus convence e convence pela pregação. Observe que a Mensagem do sétimo anjo é a mensagem de William Branham, os pregadores hoje devem repregar o que já foi falado pelo profeta de Deus, logo precisam de liberdade e não de coação para pregarem. Palavras inspiradas possuem o poder de persuasão do Espírito Santo, mas se havemos de contar com o exemplo da maioria será retórica barata e de chavão. Falam em exemplos, corrijo, falou-se em exemplo no passado, hoje a evidência é o descumprimento da mensagem e da Bíblia e ninguém fala nada. Fato é que não sou eu que vou desarticular qualquer sistema, uma vez que as rachaduras já se encarregam do processo, mas fica a observação que temos todos que parar de bairrismos e partidarismos e fisiologismos e enfrentarmos a situação caótica que é apelida de religião hoje.
Espelho e a crítica a si mesmo
Baseado em um texto do professor Gabriel Perissé
Esquecemos que somos seres perfectíveis, e que graças a essa condição é natural nos arrependermos do que fizemos errado (ou do que de menos certo fizemos) e procuremos melhorar. O pensador alemão Otto Rank, escrevendo no início do século passado sobre educação e psicologia, advertia que corremos, sim, o risco de exercer sobre nós uma auto-crítica anuladora, que produz sentimentos de inferioridade, culpas absurdas, ânsias doentias de autopunição. Mas nem por isso descartava a necessidade de uma saudável auto-crítica.
A auto-crítica é produtiva quando mantemos diante dos olhos, dentro da cabeça e no fundo do coração um plano de construção existencial e artística. Quem tem criança pequena em casa percebe seus esforços para engatinhar, andar, correr, falar melhor, encorajar-se, crescer. A auto-crítica nos dá impulso para jogar fora o que não condiz com o que queremos ser, abrindo espaço para vermos e sermos o que devemos ser.
Gabriel García Márquez diz que podemos conhecer um bom escritor não tanto pelo que publica, mas pelo que teve coragem de jogar no lixo: “se o escritor se desfaz do que está escrevendo, está no bom caminho: o escritor tem de estar convencido de que é melhor que Cervantes; senão acaba sendo pior do que na verdade é. É preciso apontar para o alto e tentar chegar longe.”.
O grande artista é mais crítico com relação às suas obras do que os seus mais ferrenhos críticos conseguem ser.
Otto Rank